sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Apenas um Insight

La Nostalgia - A. Planells

O que seria Santo Amaro? Qual seria nossa real   história? Quem realmente somos? Um povo guerreiro, leal e benemérito? Todavia somos simplesmente conformistas, que confiam seu destino ao acaso, aos hipócritas, aos oportunistas, às histórias, contos e façanhas, recitadas jesuíta, quimericamente e com tal poder alienador que faz realmente nos orgulharmos, mesmo que não a entendamos. Talvez esteja eu errado, embora seja plausível ressaltar que não acreditamos, nem nos importamos com nossa história. Mas de que poderíamos nos orgulhar e gabar agora? De nada seria a resposta. 

Sem uma gota de pessimismo, o realismo nos prova que não somos suficientemente humildes, nem muito menos corajosos para aceitarmos o real estado do nosso município, numa realidade degradante e vergonhosa que acostumamo-nos a viver. Temos como principal baluarte nossa história pomposa, que praticamente amiúde, chega a se tornar duvidosa, nos fazendo entrar numa odisséia alusiva ao que chamamos de cultura, que atualmente e argutamente foi nomeada como “preservação das nossas raízes”, fazendo- nos reproduzir o que hoje chamamos de “manifestações culturais”, não passando isso de um ardil que nos força a aceitar, obedecer e temer, como em tempos passados, tempos bicudos, onde a essência dessas “manifestações” em nada se parece com essa forma de entretenimento “para inglês ver”, que acaba por retroceder e barrar qualquer tentativa de luta por uma melhoria cada vez mais distante. 

Por fim, aceitamos um cabresto imposto por nós mesmos e pela nossa mais pura vaidade, por um banal respeito que nos desrespeita, criando um paradoxo totalmente paralelo a essa história que fingimos acreditar, aceitado como que sem alternativa numa trágica situação, situação essa na qual somos os principais culpados, por egoísmo e pela total descrença criada através do comodismo que não foi citado nessa nossa história, que talvez tenha nascido junto a ela e que permanecerá como empecilho até que em voz uníssona quebremos os mitos e nosso próprio preconceito, aceitemos o direito que temos de reconhecer nossos defeitos, decidamos lutar, para que assim possamos nos orgulhar de sermos realmente um povo leal e benemérito.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Meu Mundo


Porém, uma única vez
não consigo mentir
O quebrar translúcido 
dessas ondas azuis 
me enforca como suas madeixas
Algo me renova 
na analogia dos meus erros.
Escravizo a mim,
sendo um fino cristal,
lançado pela brisa, 
aparado pela areia dourada
Equidistante ao mar.
Só, á contemplar o 
infinito com os meus
próprios olhos.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O Código

Tenho mensagens e garrafas
Basta que escolhas
Crescer, florescer
Fulgorizar e esmaecer.
Temor ao espaço
Pândegos e palhaços
Ao frio ar em retorno
Uma tênue brisa
À sondá-la.
Do paredão em ossos
Das nascentes em lágrimas
Que decompõem o pergaminho
E impregnam limo
Sujando sua embalagem



quarta-feira, 20 de julho de 2011

Passado Lascivo

Listras causam náuseas,
Pessoas, flatulência,
Nos tempos lascivos,
Sem espaços.
Muito menos siderais
Desagrupam-se
E se convertem
Numa triste geometria
De agonia e risos
Imagens e templos
Sonhos e pura bobagem.
Desejos reprimidos
Comprimidos em fracos frascos
Odores, sirenes e som
Numa casa aberta
Para mentes fechadas.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Panfleto Bicolor

Então,
Ela não mais sorri,
Não atordoa, e nem faz-me
Ouvir sua estridência.
Passeia os olhos pelo verso
Do panfleto que não fiz,
Mas fiz... (risos).
Poderia fazer de você azul,
Mas teria de ser amarelo.
...Decidi escolher uma pintura
Optei pela paz e o mistério do mar
Levo comigo até hoje a bela arte
De A. Plannels.



Angel Planells - Objetos no Painel

sábado, 11 de junho de 2011

Derek and The Dominoes

Derek and the Dominoes
Layla And Other Assorted Love Songs - 1970.
Download - 4shared




quarta-feira, 11 de maio de 2011

Luzes de Vidro

Às vezes me falta uma palavra de conforto
Mesmo que póstuma, um sentimento
Sem loucura, ou terror
Seguir um novo compasso, sem ditar os passos,
Em que não seja o desertor.
Sentir o sorriso banal de um circo dos anos 50
Não mais caminhar nas trilhas tortuosas,
Nem afogar-me em mares de vinho barato
Viver num mundo multicromático, sem
Transparências e cores opacas.
Quebrar todas as luzes de vidro existentes,

Para só então jantar a luz de velas, com
Uma sombra sem rosto, tão bela quanto
O devaneio.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

16:53

Ainda tenho a música,
E posso caminhar em ambientes hostis,
Posso seguir o sol durante o seu nascer
E preferir caminhar em momentos fúnebres
(Distantes dos palitós de madeira)
Ojerizo os festejos e mantenho
Certa distância da felicidade
Fulgaz e fútil andamento difuso
Banal momento de inspiração
Fonte sem serifa, passagem sem destino
Movimento incessante

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Um pensamento na saída do trabalho

Deixamos de coexistir na mesma velocidade em que aceitamos ter uma única vida.


Podemos ser quem quisermos ser.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A moça


Descubro as incógnitas
Sob os velhos livros
Dos momentos
Passageiros que
Persistem em me afligir
A dispensa da labuta
Me assusta,
Incendeiam-se placas,
Anunciam-se os festejos,
Enquanto a praça prossegue
Fechada.
Syd Barrett - Magnesium Proverbs