sábado, 24 de abril de 2010

Corpo presente


Tudo o que tenho são lembranças
Soldadas às grades do passado
Preso, encarcerado, dilacerando as memórias
De uma alma suja e cega, vivendo de instantes reflexos
Desconexos talvez;
Traições, paixões, desilusões.
Ao sol desejo uma bela chuva, para mim, a noite turva
Como as lembranças mais recentes...
Deixe-me aqui na minha vida monocromática!
Estática, prática, tática, tácita, esporádica
Como a rotina afiada em paralelepípedos tortos
Ah... Se por aqui houvesse portos, de que se valeriam os copos?
E os corpos? Suariam com medo da cidade
Renegariam sua liberdade, sorririam sem a mínima vivacidade,
E se trancariam nesse passado, inglório, ilusório, simplório e caótico.

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